A efetivação da justiça de transição através do teatro: um relato sobre Ismene Mendes

Autores

  • Natália Rodrigues Padilha Universidade Federal de Uberlândia

Palavras-chave:

justiça de transição, Direitos Humanos, teatro, Direito, memória.

Resumo

A justiça de transição pode ser entendida como mecanismos, judiciais e extrajudiciais, para atribuição de responsabilidades e exigência do direito à memória, verdade e justiça, em relação às atrocidades enfrentadas em períodos como a Ditadura Militar brasileira. A vida e luta de Ismene Mendes ocorre nesse período. Ismene, após se formar no curso de Direito da Universidade Federal de Uberlândia voltou para sua cidade natal, Patrocínio, a fim de advogar para os pobres de sua região, principalmente os trabalhadores do campo. Começa assim, a perseguição pelos latifundiários em relação a ela. Essa perseguição é acirrada quando Ismene se elege vereadora, onde acaba encontrando provas de corrupção na Prefeitura. Dessa forma, aqueles que a perseguiam tiveram que tomar medidas drásticas para interromper sua luta, forjando um suicídio, ceifando a vida da advogada. Através da peça de teatro Ismenia a companhia de Direito e Arte Artimanha consegue reavivar a memória de Ismene, trazendo justiça e verdade para sua história, o que, os meios tradicionais, como o Judiciário, não conseguiram realizar. O presente artigo possui o objetivo de demonstrar a efetivação da justiça de transição através de meios não judiciais como a arte mais especificamente o teatro.

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Biografia do Autor

Natália Rodrigues Padilha, Universidade Federal de Uberlândia

Estudante de Direito

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Publicado

2017-07-15

Edição

Seção

GT 4 Direito e Humanidades